A igreja evangélica deveria gozar de respeito e de admiração em relação à sua participação na política da nação. Infelizmente, não é isso que acontece. A participação da igreja tem sido pequena e vergonhosa. Pequena, porque muitas denominações que deveriam ter participação mais efetiva, proporcionando à nação mentes competentes que iriam fazer a diferença na gestão pública do país, acabam se afastando e não desejam participação, porque acham que está tudo corrompido e nada vai mudar. Vergonhosa, porque muitas denominações têm entrado na política com o objetivo de se beneficiarem dos cofres públicos, e aí obrigam seus membros a votarem em seus candidatos, os quais, não raro, não têm preparo ou princípios cristãos, sendo apenas filiados da denominação, sem nenhum compromisso com o evangelho; são comprometidos com a verba, e não com o Verbo. Esses são os políticos que nunca apresentam projetos e nunca dão satisfação às bases, apenas complementam o orçamento.
Outras denominações acabam se tornando vítimas de políticos interesseiros, mentirosos e de mau caráter, os quais usam os púlpitos das igrejas como palanques para se elegerem. Uma vez eleitos, participam de todos os tipos de falcatruas e negociatas, tornando-se iguais ou piores aos profissionais já instalados no poder.
Diante desse cenário político complicado e corrompido, as denominações históricas, comprometidas com a ética e com o bem-estar, deveriam investir e se esforçarem para eleger pessoas do bem e, assim, poder começar um processo de boas influências. Mas, ao contrário do que se espera dessas denominações consideradas sérias, elas acabam se afastando e deixando os maus políticos totalmente à vontade. Quando uma pessoa do bem se afasta da política, ela abre espaço para os homens maus e perversos assumirem.
O silêncio da Igreja precisa ser tratado. A igreja precisa fazer a sua voz pela justiça, pela boa distribuição de renda, por políticas públicas relevantes nas áreas de educação, saúde, segurança e assuntos estratégicos como estradas, energias e comunicação, ser ouvida. A igreja precisa fazer a sociedade ouvir a sua voz no combate à ideologia de gênero, que está sendo amplamente defendida pela política atual. Precisa abrir a Bíblia e mostrar que Deus criou macho e fêmea para comportamentos estabelecidos e regulamentados pelo Criador, e que qualquer tentativa de mudanças certamente irá trazer dolorosas consequências à humanidade.
Amados, vamos orar incessantemente para que cristãos de verdade e que sejam capacitados para políticas públicas aceitem concorrer às eleições e se tornem bênçãos na vida da nação. Quem sabe Deus tenha misericórdia de nós e levante homens como José, Neemias e Daniel.
Rev. Sílvio Ferreira