A humanidade está cheia de problemas. Em muitos casos, toma-se a atitude de encará-lo e resolver, mas em outros, tenta-se ignorar, esconder de baixo do tapete e não aceita sequer conversar a respeito. A necessidade de perdão é um desses principais problemas “intocáveis”.

Quando uma pessoa sofre uma agressividade, seja física, verbal ou emocional, isso vai para o interior do ser e se aloja na alma. Ali começa um processar da situação. Alguns conseguem trabalhar isso de forma objetiva e o superam, mas, para a grande maioria, o problema costuma crescer a ponto de sair do controle. Quando isso acontece, a própria saúde é afetada. Da mesma forma, quando o agente da agressão evita trabalhar o problema para se redimir com a pessoa agredida, também sofre por ter agido de maneira inconveniente. Porém, na maioria das vezes, o indivíduo não tem humildade suficiente para se aproximar, assumir a culpa e pedir perdão.

Vivemos numa sociedade na qual pedir ou liberar perdão não são vistos como virtudes e nem como necessidades. As pessoas preferem a vingança ou a indiferença, e é por isso que a grande maioria dos relacionamentos são úteis e descartáveis. Contudo, muitas pessoas sofrem muito porque não tiveram a oportunidade de acertar desafetos do passado. Já se ouviram depoimentos de pessoas que chegaram ao fundo do poço porque foram estupidamente feridas na alma, e também de pessoas que dariam tudo que têm para ter a oportunidade de pedir perdão, mas já não há como fazê-lo pois o ofendido já partiu desta vida. O resultado é uma sociedade doente e enfraquecida, que lota os consultórios dos psicólogos, e não poucas vezes os manicômios, por não conseguirem lidar com a situação.

Deus sabe que o ser humano tem coração duro e que, mesmo após a conversão, ainda tem dificuldade para se relacionar bem. No entanto, ele nos deu o Espírito Santo para nos orientar através da Palavra, e espera que tenhamos atitudes cristãs. O perdão é algo tão importante pra Deus, que ele doou o próprio Filho para nos perdoar. Reparem que, para recebermos o perdão de Deus, não somos obrigados a parar de pecar; mas se negarmos liberar o perdão para alguém, bloqueamos a ação perdoadora de Deus sobre nós. Deus se agrada de corações generosos que têm prazer em ofertar para o seu Reino, mas rejeita a oferta daquele que se nega a acertar as arestas com um irmão ofendido.

Meu irmão e minha irmã, sempre há oportunidades para celebrar o perdão de Deus e para pedir ou liberar perdão, mas pode ser que ainda tenham ficado algumas pontinhas soltas para resolver. Vamos trabalhar isso no coração e buscar a restauração de relacionamentos enfraquecidos. Isso trará alegria, paz e saúde para os ossos, conforme nos ensina Davi no Salmo 32.

Rev. Sílvio Ferreira