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Não aguentou o desprezo e foi-se embora

A igreja era alegre e operante. Todos serviam a Deus com alegria, em cada alma havia temor e muitas coisas aconteciam na comunidade e na vizinhança, através dos ministérios da igreja. Havia uma empolgação contagiante, e as pessoas se importavam umas com as outras. Os visitantes eram acolhidos com amor e normalmente se tornavam membros da igreja, porque eram influenciados pela comunhão dos irmãos. A liderança era participativa e admirada pela comunidade. Não havia dificuldade para ocupar os cargos e obrigações. Sempre que alguém era convidado para exercer um cargo, aceitava de bom grado e cumpria sua missão com bastante zelo, e os frutos eram visíveis. As crianças eram empolgadas, os adolescentes eram animados, os jovens eram participativos e os adultos estavam sempre prontos para o que fosse necessário.

Havia na igreja uma senhora saudável, simpática e elegante. Marcava presença onde estava e, sempre à disposição da comunidade, ela era incansável. Ela tinha lugar de proeminência, pois todos gostavam dela e faziam questão de sua companhia. Bastava alguém convidar, e ela se fazia presente. As crianças a conheciam bem e tinham intimidade com ela. A juventude não fazia nada sem ela; era só aparecer um desafio que ela era chamada. Não havia a menor dúvida que a presença daquela senhora era a razão de tanto sucesso na vida daquela igreja.  

Porém, o tempo foi passando, e os irmãos foram se cansando da presença daquela senhora forte e saudável, e muitas coisas começaram a acontecer sem ela. Não obstante se assentasse sempre nos bancos da frente, ela foi conduzida, de forma elegante e discreta, para os bancos do fundo. Sua beleza e sua robustez foram se desvanecendo, e ela foi ficando cada vez mais pálida e cada vez mais frágil, a ponto de não ser mais convidada para as reuniões. Aquela senhora, outrora forte e simpática, agora não passava de uma pessoa raquítica, com roupas sujas e amarrotadas. Era totalmente desprezada de todos, até que um dia ela se levantou e foi-se embora, sem que ninguém percebesse.

Não demorou muito e as coisas começaram a se complicar. As pessoas foram se tornando rudes umas com as outras. Os ministérios começaram a dar sinais de fracasso. As mensagens do pastor foram se transformando em discursos sociais. A Bíblia perdeu a autoridade, e muitas confusões começaram a acontecer. As visitas cessaram, o crescimento espiritual-numérico foi interrompido, o amor pela causa acabou e a comunhão desapareceu totalmente.

Pois é. Tudo isso aconteceu quando a oração não suportou o desprezo e foi-se embora.  

Rev. Sílvio Ferreira

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