A salvação é inteiramente pela graça, conforme o apóstolo Paulo nos ensina em Tito 3:3-6: “Pois nós também, no passado, éramos insensatos, desobedientes, desgarrados, escravos de todo tipo de paixões e prazeres, vivendo em maldade e inveja, sendo odiados e odiando-nos uns aos outros. Mas quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor por todos, ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador”. Essa passagem esclarece qual é a real situação espiritual de uma pessoa não regenerada, e como somente a graça de Deus pode operar o novo nascimento.
O perdão salva o pecador da maldição da lei e do lago de fogo; a aceitação por meio de Cristo lhe concede a entrada no céu; mas, na regeneração, o domínio do pecado começa ser destruído, e a alma passa a ser ajustada para o uso do Senhor. O novo nascimento é tão importante que, ao dialogar com Nicodemos, o Senhor Jesus repete por três vezes a expressão “nascer de novo” num espaço pequeno de palavras.
O terrível erro que os hebreus cometeram em colocar poderes no rito da circuncisão é o mesmo que muitos nos dias de hoje colocam no batismo, como algo que regenera o homem. Assim como a circuncisão não era eficaz se não acontecesse a circuncisão do coração, o batismo não é nada se não aconteceu a obra do Senhor no interior da pessoa. É uma loucura pensar que alguma outra coisa promova o novo nascimento. Somente a graça de Deus pode operar essa obra maravilhosa na vida do homem.
O novo nascimento envolve a pessoa por inteiro. Suas ações e reações são diferenciadas, mesmo em momentos de pressão intensa. Aquele que nasceu de novo é diferente, tem serenidade e não se abala com facilidade.
Amados, esse conhecimento não deve nos levar a julgar as pessoas quanto a se elas passaram ou não pelo novo nascimento. Deve, sim, levar-nos a uma reflexão honesta, se de fato nascemos de novo, e quais têm sido as evidências deste novo nascimento em nossa vida. Afirmar que nasceu de novo e não ter frutos desse novo nascimento é uma terrível contradição.
Rev. Sílvio Ferreira