Peça para um cristão evangélico imaginar um idólatra: com certeza, ele irá visualizar um católico romano ajoelhado diante de uma imagem ou um grupo de pessoas caminhando em fila por uma rua da cidade seguindo uma procissão com uma estátua. De fato, os adeptos do romanismo são idólatras, e o são porque adoram imagens. Mesmo que eles queiram dar algumas explicações ou aleguem que o que praticam pode ser chamado de “veneração” e, portanto, não poderia ser chamado de idolatria, isso não resolve o problema do desvio da fé. A Bíblia proíbe confeccionar imagens de escultura, e eles o fazem. A Bíblia proíbe o prestar culto a elas, e eles o fazem. Isso é idolatria. A Bíblia também diz em várias passagens que os idólatras não entrarão no céu; aquele que não entrar no céu só tem uma única opção, e nós sabemos qual é.
Ao lermos a história de Israel, chegamos à conclusão de que o problema central deles era a idolatria. Rapidamente, eles deixavam o Senhor, o único Deus, e buscaram outros deuses. Vocês se lembram do bezerro de ouro que Arão construiu? Vocês se lembram da cobra que se tornou um ídolo? Vocês se lembram de que Israel também sacrificou seus filhos a deuses? Vocês se lembram de que nos dias de Acabe havia 450 profetas de Baal, mantidos pelo trono de Israel?
Bem, voltemos à pergunta aqui proposta: é possível um cristão evangélico ser idólatra? Como toda pergunta objetiva requer uma resposta objetiva, a minha resposta é: sim, os evangélicos podem ser tão idólatras quanto os romanistas.
Há uma frase famosa de Calvino: “O coração do homem é uma fábrica de ídolos”. Isto é um axioma; basta olhar para dentro de nós mesmos. Somente pela graça conseguiremos combater a idolatria que tão facilmente praticamos. Muitos cristãos evangélicos poderiam reagir em voz alta, com dedo em riste, e dizer: “Eu não sou idólatra”. Bem, pode ser que não seja idólatra no sentido de se ajoelhar diante de uma imagem. É impossível que uma pessoa que tenha passado pelo novo nascimento seja capaz de fazer isso. Porém, existem outras maneiras de praticar a idolatria. Praticamos idolatria sem saber que estamos praticando. É preciso refletir profundamente sobre formas veladas de idolatria.
Vejamos apenas algumas de centenas: quando uma pessoa confia mais na ciência do que em Deus, ela está idolatrando a ciência. Quando uma pessoa tenta resolver os infortúnios financeiros sem recorrer primeiro ao Senhor, ela está idolatrando o sistema bancário. Quando uma pessoa vem ao culto para satisfazer suas necessidades terrenas, ela está idolatrando uma imagem falsa que ela criou do Deus verdadeiro. Ídolos são adorados para dar resultados. Podemos idolatrar pessoas, bens materiais, e qualquer coisa que exista. É muito fácil ser um idólatra.
Que o Senhor tenha misericórdia de nós.
Rev. Sílvio Ferreira
