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As características de um discípulo: Equilíbrio

Sabemos que somos discípulos, mas saberíamos responder corretamente quem somos nós?

O livro dos princípios nos diz que somos a imagem e semelhança de Deus. O Antigo Testamento em geral nos diz que somos o povo da aliança de Deus. Os evangelhos nos dizem que somos sal da terra e luz do mundo, filhos de Deus, servos de Deus, novas criaturas, santos no mundo, e muitas outras qualificações. As cartas paulinas são as que mais nos identificam. Paulo nos diz que somos amados de Deus, aperfeiçoados, santificados, eleitos de Deus, cidadãos da pátria celestial, co-herdeiros com Cristo, embaixadores, escolhidos, filhos de Deus, justificados e muitos outros títulos. Contudo, pode parecer que essas qualificações estão desconectadas umas das outras, o que poderá fazer com que, facilmente, sejam usadas erroneamente pelos discípulos.

Alguém que não queira pagar o preço do chamado poderá, de forma errada, entender que tais qualificações serão mais confortáveis, enquanto outras poderão ser mais comprometedoras. Um exemplo: muitos querem ser conhecidos como filhos de Deus, santos no mundo e herdeiros da promessa, mas não se agradam da ideia de serem embaixadores do Reino, servos de Deus, ou testemunhas fiéis; esses irmãos querem somente o que lhes é favorável. Mas, quando têm que se comprometer com o trabalho, correm para longe.

O apóstolo Pedro, na sua primeira carta, no segundo capítulo, identifica-nos de forma equilibrada: ele nos coloca na dimensão espiritual e na dimensão material. É impressionante a forma como ele atinge este equilíbrio, ao dizer que somos chamados tanto para o discipulado individual como para o comunitário. Pedro nos qualifica como bebês e como pedras vivas. Os bebês têm suas identidades próprias e são caracterizados de forma individual; já as pedras vivas são interdependentes. A combinação de todas é que forma o edifício.

No mesmo capítulo, ele nos chama a adorar e a trabalhar, ao nos qualificar como sacerdotes, e também nos diz que somos adoradores; mas quando nos chama de povo de propriedade exclusiva de Deus, está nos chamando de testemunhas ou trabalhadores do Reino. Finalmente, ele nos chama de peregrinos e de forasteiros para nos mostrar que somos cidadãos de dois países. Por sermos forasteiros, não temos direitos no lugar onde moramos e, como peregrinos, não temos lar fixo aqui.

Esse equilíbrio que o apóstolo Pedro nos apresenta impede que façamos escolhas privilegiadas, e nos coloca tanto na dimensão terrena como na celestial.

Devemos nos lembrar sempre de que somos muito propensos a esquecer da nossa identidade como discípulos e que, em todas as vezes em que isso ocorre, o reino de Deus sofrerá prejuízos.

Somos discípulos, somos identificados pelo Senhor; jamais podemos nos esquecer da nossa verdadeira identidade de discípulos.

Rev. Sílvio Ferreira

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